segunda-feira, outubro 23, 2006

A saga da Blue continua

terça-feira, outubro 17, 2006

Com certeza é sina!


É que só pode… Eu faço um apelo às pessoas que me são mais próximas e que são obrigados a levar comigo todo o santo dia, se eu algum dia, em dialogo ou não, começar a grasnar, grunhir ou zurrar peço que me abanem violentamente e me tentem chamar à razão. Caso eu não colabore e continue a produzir sons menos próprios de um jovem de 19 anos (que aparenta 16), por favor chamem uma ambulância para o Júlio de Matos ou Miguel Bombarda e contactem a minha família.
Então não é que para mal dos meus pecados, Kiko (nome que dei ao grilinho do outro texto, por quem já criei alguma amizade) ainda canta… nada apaga aquela sede de cantar e seduzir as grilinhas incautas e desprevenidas que se passeiam no quintal dos vizinhos. Eu acalentava esperanças que com a chuva e o frio, o pifarinho do bicho se quebrasse, soltando-me assim da prisão ensonada em que me encontro desde o fatídico 1 de Outubro de 2006.
Ainda eu não sonhava o que por aí vinha. Pensando eu, que apenas esta pequena criatura com não mais de 3 cm, era a única capaz de me tirar o sono, estava enganado… há outra criatura capaz de atormentar a sonolência errante que foge nas noites cálidas e frias deixando-me desaustinado das ideias. Não, não me refiro à minha vizinha nos seus ruins e falhados devaneios artísticos. É outra criatura, é o cano de esgoto para as aguas pluviais dos telhados, vulgarmente chamado de caleira ou algeroz.
E perguntam vocês, caríssimos e muy estimados leitores que fazem com que este blog permaneça o que é hoje, um top de buscas no google; bons mas perguntam vocês: – Como é que um cano de esgoto para as águas pluviais dos telhados, vulgarmente chamado de caleira ou algeroz não te deixa dormir? – Ao que eu respondo com alguma indignação por não terem deslindado um caso “sherlockiano” tão básico: – Está obviamente roto! – E especificava a maleita de que padecia esta tão útil invenção do Homem – Pois que possui um pequeno orifício, que tem menos de 5 mm, mas que consegue fazer o tão famoso “Ping Effect”, em português Efeito Ping. Este problema físico provoca um ressoar constante, sem variação na cadência de gotas que cai no parapeito da minha janela, formando assim um audível e imponente PING.
Convém também dizer que esta é uma técnica de tortura muito usada aqui à atrasado, que levava muito boa gente a claudicar, daí o apelo inicial que eu fiz e que torno a reforçar, qualquer coisa de estranho o 112 é o numero que tem de estar presente nas vossas mentes, se houver um especial para problemas psiquiátricos decorem esse.
Mas em principio a caleira vai ficar silenciosa dentro de em breve, porque iremos suprir a falta de plástico do orifício com esse belo material, que tão boa gente usa para ficar ainda mais boa, o silicone. Não há nada que não se resolva com um silicone de qualidade desde que bem administrado obviamente, por isso se precisarem de aplicar silicone em alguma coisa que considerem problemática aconselhem-se primeiro com os melhores especialistas, foi o que eu fiz e o pedreiro aqui da frente disse que uma “bisnagada” de silicone tapa qualquer buraco que se queira tapado.
A ver vamos como dizia o outro…

VERDE DE INVEJA, AZUL DE AGONIA


O PESADELO DA BLUE

Ter dores menstruais (aqueles golos sofridos do Benfica, ui ui) custa. Custa e não custa pouco. Mas quando, deitada no sofá, uma moça inocente corre os canais televisivos Portugueses e se depara com uma cadela azul, ela pensará tudo e mais alguma coisa... excepto a terrível e cruel realidade.

Aquilo é um programa televisivo regular e para crianças.

WANTED

Cadela responsável por pesadelos nocturnos

Oferece-se um detector de pistas portátil.

Eu quis-me rir à gargalhada. De facto, se aquilo fosse uma representação do Diogo Quintela ainda mais bem servid@s estaríamos de programas humorísticos. Mas aquilo, estimad@s leitoras e leitores... é bem real.

Para além do formato programa se revestir de um atestado de estupidez fenomenal, "As pistas da Blue" é ainda uma ferramenta totalmente contraproducente na relação pais e filh@s. Convenhamos, qual é a mãe ou qual o pai que executa um sapateado curto, usa um pólo verde às riscas e canta de olhos arregalados agitando os braços: "Descobrimos as pistas, descobrimos as pistas..."? Não só traumatizaria a criança se os seus modelos de socialização primária agissem assim com ela, como desautorizaria totalmente a figura maternal ou paternal. E vamos pensar nas desgraças disto em conjunto.

1) Pai/Mãe que deixe a criança ver a Blue = Pai/Mãe que não irá deixar a criança ver Morangos porque contém cenas de sexo explícito.

2) Se não deixa ver Morangos, terá de proibir a criança.

3) Para proibir a criança, como o faria se tivesse imitado o Duarte no seu melhor programa?

Grave, muito grave este problema.

E outros se lhes juntam. Outro caso grave é o do pobre Duarte e pobres de nós que lhe pagaremos os cuidados de saúde primários quando o superego dele começar a fazer algum efeito sobre o seu inconsciente profundamente recalcado (estamos contigo Duarte!). É que o moço tem algum palminho de cara e, dizem outras, um outro palminho de rabiosque. Por acaso nunca reparei no rabiosque do Duarte, estou sempre a olhar para as pestanas sedutoras da Blue. Claro está que a moça não as tem, mas também não é suposto um apresentador de um programa infantil ter rabiosque virado para a TV, pois não? Mas também... que é um rabiosque maroto comparado com a má classificação d@s estudantes a Língua Portuguesa? Desde os 2 anos (idade mínima a que o programa se recomenda!) que a criança aprende a dizer "Blue". Epá, vamos lá ter o minímo de decência. Estrangeirismos aos dois anos? Mas a cadela não podia ser Azulada? Eu até admitia Azulinha. Vá, para ter um som mais giro, até podia ser Azul-tutu (assim já havia um motivo para se observar o rabiosque do Duarte na televisão, todas as atenções eram direccionadas para o tutu). Mas língua estrangeira não. Depois queixem-se daqueles e daquelas que andam para aí a dizerem chamar-se Sarah e John... Bah!

Como sou apologista de soluções pacíficas e aprecio muito o raro ou o diferente quando acabar a carreira como gerente de McDonalds (sim, eu tenho qualidade, porque como diz o outro, nem tod@s @s jornalistas serão editoras/es!), irei candidatar-me à presidência dos EUA porque entretanto naturalizei-me norte-americana e irei colocar a Blue como o meu Ás de Espadas a abater, ups, prender. Vai daí vai para o canil de Monsanto e alimentamo-la com moranguinhos e açúcar e ficará gorda e obesa. Será certamente perdoada pelas gerações vindouras por as ter poupado da cruel dieta de morangos e sacarose.

Entretanto, já se chegou à conclusão que o Duarte poderá pagar o seu tratamento sozinho. É que, convenhamos, ninguém faz aquilo de borla. Ninguém a fazer aquilo tem um clube de fans desinteresseiro. Mas quem é que salta para dentro de um relógio, fala com um sabonete, ajuda um balde e uma pá a fazerem um puzzle e anda atrás de uma cadela azul? Estupendas as coisas em que o dinheiro pode substituir a droga neste tipo de efeitos.

E dito isto, deixo o mote que muito agradará à outra-que-não-pode-ser-identificada.

Duarte, foleiro, o teu rabiosque é porreiro!

sábado, outubro 14, 2006

Os Grandes Portugueses

Após ter visto aqueles fantásticos cartazes publicitários sobre a eleiçao d´"Os Grandes Portugueses", comparando o feito de Vasco da Gama com a madalha de Ouro conquistada por Rosa Mota nos Jogos Olimpicos...decicidi conhecer melhor o projecto e "Os Grandes Portugueses" nomeados. Entre ele destacam-se nomes como (por ordem alfabetica): Agustina Bessa Luis - uma das mais geniais escritoras portuguesas do seculo XX; Álvaro Siza Viera - o arquitecto português mais consagrado e conceituado internacionalmente; Amália Rodrigues: a voz de Portugal; Ana de Castro Osório: escritora/feminista, escreveu o primeiro manifesto feminista português; António Damásio: um dos cientistas portugueses de maior renome na comunidade cientifica internacional; António Guterres: ex-1º Ministro e actual Comissário para os Refugiados das Naçoes Unidas. Bom ia eu ainda na letra A, como se pode constatar e deparo-me com a inclusão do nome de António Oliveira Salazar descrito muito simpaticamente no site desta forma:

"Dirigiu, de forma ditatorial, os destinos do País durante quatro décadas. Foi ministro das Finanças, Presidente do Conselho de Ministros, fundador e chefe do partido da União Nacional. Afastou todos os que tentaram destituí-lo do cargo. Instituiu, de forma brutal, a censura e a polícia política. Criou dois movimentos paramilitares: a Legião e a Mocidade Portuguesas. Mas equilibrou as finanças públicas, criou as condições para o desenvolvimento económico, mesmo que controlado, e conseguiu que Portugal não fosse envolvido na Segunda Guerra Mundial. Separou os poderes do Estado e da Igreja. Figura controversa, marcou sem dúvida a história do País. "

Confesso que me custa a entender como é que se pode ter colocado na lista d´"Os Grandes Portugueses" o nome deste senhor, que governou durante 40 anos o nosso pais, instituindo uma ditadura com a qual só conseguimos acabar à pouco mais de 30 anos e cujas feridas ainda não estão saradas.
Não sei quem redigiu esta caracterização de Salazar, mas concordo com o primeiro parágrafo, agora aquela tentativa de justificar a nomeação com o facto das politicas implementadas por Salazar terem equilibrado as finanças públicas, é verdade que conseguiu mas à custa da maioria da população portuguesa que vivia na miséria, o que provocou uma onda de emigraçao portuguesa para paises como França ou Alemanha.
Outro dos feitos elogiados na descrição é a criaçao de condiçoes para o desenvolvimento economico? por favor sejamos realistas qual desenvolvimento? .
Depois vangloriam também o senhor pelo facto de Portugal se ter mantido neutral durante a 2ª Guerra Mundial. Neutral? tem a certeza? entao e o facto de comboios partirem de Sta. Apolonia com armas e urânio para as tropas de Hitler, ja para não falar de que aquela "boa alma" nos "livrou" da segunda guerra mundial, mas meteu-nos numa guerra colonial inútil e perfeitamnete evitável que dilacerou geraçoes de portugueses e que abriu feridas enormes que vao levar muito até serem esquecidas.
Apelindam-no por fim como uma figura controversa, sem dúvida que haverão pessoas em Portugal que tem alguma estima pelo senhor, e sao livres para isso (hoje em dia tem liberdade para isso, ainda bem!) mas penso que a maioria do povo português que viveu no tempo da ditadura não terá assim tão boa impressão de Salazar. É verdade que marcou sem dúvida a história deste pais, mas não pelas melhores razões, este senhor e aquilo que fez não são motivo de orgulho para os portugueses. E se o objectivo desta iniciativa é eleger os "Grandes Portugueses", aqueles que realmente se destacaram nas suas àreas de interesse, que levaram o nome de Portugal longe que fizeram alguma coisa de produtivo e assinalavel tanto a nivel interno como a nivel internacional, uma dessas pessoas não foi com certeza António de Oliveira Salazar.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Mas que rica voz!


Quantos são aqueles que clamam por uma vida campestre? Ter uma hortinha onde plantar couves, cenouras e batatas, uma pequena vinha para produção própria, umas vacas e ovelhas de onde tirar leite fresquinho todas as manhas, e uns galináceos de onde tirar os ovinhos acabados de pôr para fazer uns ovos mexidos com salsichas feitas a partir do porco morto 15 dias antes… Maravilha! E depois temos também aquela liberdade, aquele ar puro, a vida animal, o ver os touros a se recolherem para o leito no final do dia dando lugar ao melodioso e esplendoroso cantar dos grilos!
Melodioso??? Esplendoroso???
Para aqueles que pensam assim, desenganem-se porque é uma falsidade, areia para os nossos olhos, ou melhor, para os nossos ouvidos.
Bem, se calhar não é bem assim e eu estou a ser um pouco radical mas também têm de me dar algum desconto porque o meu sono tem sido sistematicamente roubado desde a semana passada. Passa-se o seguinte…
No domingo, 1 de Outubro, meus vizinhos do lado (casal com 2 filhos) regressam de seu fim-de-semana campestre por terras ainda desconhecidas, e trazem consigo um novo companheiro de viagem, um pequeno grilinho, que apesar de pequeno canta como gente grande. Para terem uma melhor noção do potencial do bicho, ele consegue arrumar nos agudos a filha desses meus vizinhos que, sendo uma fã acérrima da Shakira passa a vida a cantar a bons pulmões os hits mais conhecidos, e não cantar as musicas da Floribela já é uma benesse divina. No que toca ao dom da dança não avaliei nenhum destes, contudo tenho para mim que qualquer um destes supere a bela Shakira. Bom mas isto não interessa nada para a história, foi só um desabafo.
Ora bem, o grilinho vem do campo e o grilinho vai para a gaiola de grilinhos situada no quintal, que para infelicidade e desgosto dos meus tímpanos é do lado da janela do meu quarto. É aqui que todo o suplício brota como uma sinfonia de Mozart a sair de um piano desafinado tocado por um tipo sem dedos e surdo no mínimo.
A semana foi passando e eu a cada noite tortuosa que passava dizia a mim mesmo que na noite seguinte aquele animal dotado de uma tremenda pujança “vocal”perderia o pio e iria dar música para outras bandas. E não é que o grande sacana está para estar! Das duas uma ou bebeu red-bull para grilos e ganhou asas cantantes, ou gosta de viver num T0 para grilos.
Eu que sou um jovem que até gosto de animais e tal, estou com tendências homicidas e hoje a noite decidi ceder à tentação. O plano era o seguinte: eu iria até a minha dispensa e pegava na arma do crime, RAID, em seguida dirigia-me para o quintal em bicos de pés e encostava-me sub-repticiamente à rede divisória de propriedade e espargia uma boa quantidade desse néctar divino que levou muita mosca a ter a sua primeira e única moca.
Todos os passos foram feitos, o timing foi correcto e o crime não iria demorar muito tempo, e se demorasse tinha deixado um bilhete escrito em casa que pedia que telefonassem às autoridades caso não tivesse em sitio seguro as 6 da matina. Quando, de facto, ia começar a difundir o néctar pelo ar, a minha consciência impediu-me de prosseguir e portanto fui guardar a “quase arma” do crime e fui ter uns quantos devaneios filosóficos teórico-conceptuais, isto é, fui estudar… ao som do grilinho.
Agora, vendo de fora, ainda bem que não matei esse pequeno espécime Gryllidae porque assim é menos um peso na consciência. Contudo apelo à intervenção divina, calem-me este “Cri Cri” por favor e deixai-me em paz porque eu sou um jovem que estuda e precisa de descansar a mente e recobrar a paciência para aturar os professores e alguns sacaninhas do mundo académico que infernizam mais que um grilo.

P.S.- Se tiver de escolher um dos sujeitos que quero calar, ao consultar o meu custo de oportunidade, concluo que prefiro que calem alguns Inergumenos e Chicos Espertos que por aí andam! Obrigado