sábado, fevereiro 17, 2007

Mais um dia dos namorados fora do comum!

ATENÇÃO: O texto que se segue, contem linguagem ou cenas eventualmente chocantes! Se for facilmente impressionável, ou tiver o bandulho cheio, leia outros textos deste magnifico blogue.

Vós, muy estimados leitores, devem achar que “este tipo (leia-se eu) só sabe falar dele! Que poço de egocentrismo”. Por isso peço muitas desculpas, mas de facto na minha vida há coisas levadonas da breca.
Antes de falarmos do presente ano, falemos do ano passado.
Dia 14 de Fevereiro de 2006, Nuts ficou habilitado a pegar num automóvel sem que os polícias possam levantar cabelo. Foi até a uns dias atrás o pior dia da minha vida. Julguei que tremores humanos eram coisa ligeira mas não são, senti-me como se fosse um sismo de grau 12 na escala de Richter. Mas o exame deu-se, ainda que bastante atribulado. Uma dica para os aspirantes a condutores, quando tentarem por o carro a mexer, ponham a primeira senão ele não são do mesmo sítio, a não ser que esteja numa descida/subida. Não foi portanto um dia bem passado. Mas pronto, saudosismos à parte, (eu não gosto de apagar coisas da memoria) vamos antes falar do valentines day que passou.
Dia 14 de Fevereiro de 2007. O meu estômago andava já a algum tempito a pregar algumas partidas e então onde é que Nuts vai? Ao serviço de gastrenterologia do Hospital de Santa Maria.
A tourada começa logo na sala de espera. Já nem falo no tempo de espera, cheiro, e temperatura porque esses são sempre iguais apesar de uns mais nefastos que outros. O interessante daquilo é escutar as conversas alheias. Ali descobrem-se novas doenças e novas partes do corpo humano até então incógnitas na comunidade médica. Um bom exemplo de partes corporais/doença descobertas numa sala de espera é a “Prosca”. Por norma surge só nos homens mas há relatos de mulheres que já as tiveram mas que se gabam de as ter curado, regozijamo-nos por elas.
PROXIMO, soa estridente a voz da senhora do guiché. Entrei por uma porta e virei a direita. Fui dar a uma sala com uma caminha e uma maquina toda giraça que me começou logo a mandar olhinhos, mal sabia eu que a gaja se ia afiambrar por completo. O médico chega, cumprimenta-me e manda-me deitar. Entretanto chega a enfermeira que me começa a preparar para aquilo que viria a ser um dos meus maiores medos logo a seguir as aranhas, uma endoscopia. Acredito que não saibam do que se trata, mas eu já vos faço um relato romântico da coisa. Quando eu estava preparado para a intervenção, perguntam-me se eu queria ser anestesiado, ao que eu respondi não visto que a tarde tinha de ir para o dentista e convinha que fosse lúcido. Por isso puseram-me um spray anestesiante na garganta para não doer claro está. Ora bem, não vos deixo mais na ignorância, quanto à forma como se faz uma endoscopia. Consiste na inserção de uma sonda pela boca, que irá descer pelo esófago, forçar o esfíncter esofágico a abrir e entrar estômago adentro como se dona e senhora fosse.
Foi essa a maquina que me fez olhinhos.
Posso garantir desde já que a experiência foi horrível. Imaginem o que é ter um tubo a passar pela garganta, provocando múltiplos regurgitamentos acompanhados por uma banda sonora de arrotos capazes de derrubar quadros de uma parede. E pronto a sonda vai descendo e a certa altura damos por nos a questionarmo-nos “Oh cum caraças como é que raio eu faço agora para respirar?” e nesta fase dá-se o pânico que leva os braços e pernas a ganharem alguma, muita, independência. O chamado estrebuchar. No meio disto tudo a pessoa vai-se babando, qual boxer a olhar para um osso de perna de vitela. Lá respiramos por onde dá e a sonda sempre por aí abaixo. Chega ao esfíncter, bate a porta e com isto vem mais uma remessa de vómitos incontroláveis. O esfíncter lá se abre e a senhora entra na cavidade estomacal. Parecia uma rainha a entrar, mas com uma coroa muito alta porque se fartou de raspar nas paredes do estômago, sensação agradabilissima! Mas enquanto ela lá andava desliguei por milésimos de segundo e pensei: “Será que estou apaixonado? Tenho sensações estranhas no estômago, do género fosquinhas.” E nisto deparo-me com a máquina e acordo para a realidade com uma sonora e respeitável erupção de ar que mandou abaixo a assistente só devido ao efeito surpresa.
Finalmente tiraram aquele animal com luz de dentro de mim.
Fui lavar a cara e quando olhei ao espelho, mal conhecia aquele ser estranho que me olhava com olhos de carneiro mal morto.
Saí da sala e fui para a sala de espera, para ir embora, contudo não deixei de ouvir uma senhora a comentar com outra: “Oh Odete, aquele (eu) levou um beijinho” e com isto faz um gesto com o dedo que passa pela boca e desce ate ao estômago. Foi neste momento que caí em mim. No dia dos namorados senti comichões no estômago por causa de um beijinho de desentupir pia, dado pela máquina que me fez olhinhos. Só posso estar apaixonado por ela! Ou então NÃO!

P.S. Quando fizerem este exame, se tiverem de o fazer, proclamem estas 3 lindas e amigas palavras: “Eu quero DROGAS”

1 Conspirações propostas:

Blogger Choc Choc Chip conspirou, dizendo...

Companheiro, amigo, palhaço... Tenho fé k isso avançe e quebres de uma vez por todas essa "paixão" k sentes pela mákina. Mais uma vez o ditado antigo é o mais sábio..."As aparências iludem" (e muito)...looool! vai correr tudo bem e vais-te livrar disso duma vez por todas...

P.S.: A Sra Odete também tem tubos k lhe entram (mas não são beijinhos)...he he he =)

18/2/07 16:12  

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